segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Gaia Ciência

11403

Dados da obra

Escrito por Friedrich Nietzsche (1844-1900)

Literatura alemã

Dados desta edição

Editora Companhia das Letras, 368 págs.

Tradução de Paulo César de Souza

 Sobre o autor

Nietzsche Friedrich Nietzsche nasceu em Roecken, perto de Leipzig, Alemanha, em 1844. Durante dez anos foi professor de filologia clássica na Universidade da Basiléia, Suíça. Em 1872, publicou seu primeiro livro, O nascimento da tragédia. Escreveu mais treze obras de ensaios e aforismos, até o início de 1889, quando enlouqueceu. Deixou também milhares de páginas de anotações, publicadas postumamente. Um dos mais importantes filósofos do século XIX, exerceu (e continua a exercer) profunda influência sobre o pensamento e a literatura ocidentais. Morreu em 1900.

Sinopse

A gaia ciência traz algumas das discussões mais originais de Friedrich Nietzsche a respeito de arte, moral, história, conhecimento, ilusão e verdade. Ao longo de suas 383 seções, aparecem três coisas particularmente associadas ao filósofo: a proclamação da "morte de Deus", a idéia do "eterno retorno" e a mítica figura de Zaratustra. Ao mesmo tempo, este é o seu livro com a maior diversidade de formas literárias, incluindo versos humorísticos, aforismos, breves diálogos, parábolas, poemas em prosa e pequenos ensaios. Nietzsche publicou A gaia ciência em 1882 e o ampliou substancialmente em 1887 (data da segunda edição), acrescentando-lhe o prólogo, o quinto capítulo - o mais substancial - e o apêndice com poemas (que constam neste volume também em alemão).

Aforisma 341

"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

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